sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Frozy dentro dos padrões e relação Moçambique-Malawi volta a azedar

  Ricardo Machava O pais
Reacção do Governo
 
Em finais de Outubro passado, as autoridades de importação do Malawi baniram a entrada, naquele país, de refrigerantes moçambicanos de marca Frozy, alegando que estão fora dos padrões de qualidade exigidos. Ontem, os vice-ministros da Saúde, Mouzinho Saíde, e da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, deslocaram-se à fábrica de produção de Frozy, na Matola, para se inteirarem do processo de produção daquela bebida.
Mouzinho Saíde referiu, no local onde foram divulgados os resultados das análises feitas no Laboratório Nacional de Higiene de Águas e Alimentos (LNHAA), que “o ácido cítrico está dentro dos padrões regulares, portanto, dentro de 0.1 a 0.5 mg/100 ml, que é o que está preconizado”.
Para o Governo, a posição das autoridades malawianas justificam-se pelo facto de estarem a usar parâmetros de cálculos diferentes: “os standards que eles usaram provavelmente não foram os mesmos que nós usamos aqui no país. Eles usam parte por milhão e vai de três a cinco mil, o que significa miligramas por quilo (mg/kg)”, explicou Saíde.
A informação posta a circular pela imprensa internacional dava conta de que os resultados da avaliação de conformidade em refrigerantes Frozy no Malawi deram altos níveis de ácido cítrico, na faixa de 2.240-5.376 mg/kg a 3000mg/kg, que é o máximo determinado naquele país, e benzoatos de sódio no intervalo de 3248-4256 mg/kg, contra 1000mg/kg.
Entretanto, a administradora da fábrica de produção de Frozy, Rossana Sadula, disse que, depois do banimento daqueles refrigerantes, foram solicitadas análises em quatro laboratórios nacionais e internacionais, sendo que o mais determinante é o da Itália (Merieux NutriSciences), que usa os mesmos parâmetros que o Malawi. “Todos estes resultados trouxeram os mesmos padrões – provaram que os nossos produtos estão dentro do standard nacional e internacional”.
O assunto de uma entidade privada acabou se tornando um caso diplomático e, mais uma vez, as relações entre Moçambique e Malawi registam uma crise. “Se nós recebemos o que é dos outros, temos o mesmo direito de reclamar que recebam aquilo que nós produzimos. Neste assunto, temos duas partes: a parte comercial e a parte institucional. Estamos juntos aqui para procurarmos soluções que satisfaçam as duas partes”, referiu Ragendra de Sousa, vice-ministro da Indústria e Comércio.

Sobe para 60 número de mortos na tragédia de Tete

 
Segundo Governo de Tete
O número de mortos, vítimas da explosão do camião-cisterna, em Tete, não pára de aumentar. De acordo com José Mendonça, Porta-voz do Governo Provincial de Tete, agora são 60 cidadãos que perderam a vida.
Neste momento, os feridos continuam a receber cuidados médicos no Hospital Provincial de Tete.     

O camião que explodiu ontem em Tete transportava combustível do Porto da Beira para o Malawi e o condutor terá desviado da rota para a venda ilegal de combustível a um particular. A informação é avançada pelo comandante provincial da PRM em Tete, Fabião Pedro Nhancololo.
 

Estilista recusa vestir nova primeira-dama dos EUA

A retórica que Donald Trump usou durante a campanha contra os imigrantes, o incitamento à xenofobia, ao racismo e ao preconceito já está a dar frutos. Se por um lado, o nível de violência dos apoiantes do agora presidente eleito sobre minorias está a crescer, por outro lado, também a moda toma lugar neste palco para dizer que se recusa vestir a primeira-dama, Melania Trump. Uma forma de protesto usada contra a família presidencial, que chegou à Casa Branca advogando, entre outras intenções, a de fechar as portas à imigração.
A designer Sophie Theallet, a viver em Nova Iorque, mas de origem francesa, escreveu no final desta semana uma carta aberta explicando porque não pretendia “participar na criação do guarda-roupa ou associar-se de uma qualquer maneira à nova primeira-dama”. E foi mais longe, incitou os colegas de profissão a tomarem atitude semelhante: “Encorajo os meus colegas a fazer o mesmo”.
“Estou bem ciente que não é inteligente envolver-me em política. Posto isto, e do ponto de vista desta empresa de cariz familiar, nem tudo se move pelo dinheiro”, declara a estilista Sophie Theallet

Ora sendo Theallet, ela própria, uma imigrante nos EUA não poderia aceitar colaborar com quem promove um discurso de “racismo, sexismo e xenofobia”, argumenta. “Estou bem ciente que não é inteligente envolver-me em política. Posto isto, e do ponto de vista desta empresa de cariz familiar, nem tudo se move pelo dinheiro”. A estilista diz valorizar a “liberdade artística” e a procura “humilde no sentido de tornar o mundo da moda mais humano, consciente e ético”.
captura-de-ecra-2016-11-18-as-12-22-58© Fornecido por GLOBAL NOTÍCIAS, Publicações, S.A. captura-de-ecra-2016-11-18-as-12-22-58
 
Esta tomada de posição decorre também do facto de o trabalho de Sophie Theallet ter sido, por várias vezes, escolhido pela ainda primeira-dama Michelle Obama, que usou as criações da francesa em várias ocasiões. Entre as celebridades que à recorrem a designer – que lançou a marca em 2007 – estão Neve Campbell, Shailene Woodley e Gabrielle Union.