O Governo travou o aumento do preço do pão, que estava previsto para começar a vigorar a partir desta sexta-feira, 1 de Julho, conforme havia deliberado a Associação dos Panificadores (AMOPÃO).
Na sequência de um encontro entre o Ministério da Indústria e Comércio e os panificadores, foi decidido que o agravamento do preço do pão só poderá ocorrer após um estudo aprofundado sobre a matéria.
Segundo o inspetor do Ministério da Indústria e Comércio, independentemente dos argumentos apresentados pelos panificadores, nomeadamente o agravamento dos custos de produção em face da subida das matérias-primas, «não é correcto que a associação se reúna num dia e no dia seguinte a população acorde com um novo preço do pão».
Para a fonte, o Governo entende que deve haver um trabalho minucioso que possa ditar o aumento, sem prejuízo tanto dos panificadores como da população.
Também a Organização dos Trabalhadores de Moçambique - Central Sindical (OTM-CS) censurou a Associação dos Panificadores, afirmando que o reajustamento anual dos salários mínimos não pode constituir argumento para a subida de preços no mercado.
A OTM-CS refuta e manifesta a sua indignação pelo facto de a AMOPÃO incluir, nas suas alegações para o agravamento do preço do pão no país, o reajustamento do salário mínimo ocorrido a 1 de Abril último.
«A OTM-CS lembra que o reajustamento anual dos salários mínimos nos setores de atividade é uma medida tomada pelos parceiros sociais para repor o poder de compra que vem sendo perdido pelos trabalhadores, em cada ano, devido à inflação e outros factores endógenos e exógenos. Não pode em algum momento constituir argumento para a subida de preços no mercado», sublinha a organização sindical.
Recorde-se que a AMOPÃO anunciara o aumento do preço do pão de 200 gramas, que custa atualmente 6 meticais (8 cêntimos), para 7 meticais, enquanto o de 250 gramas seria vendido a 9 meticais (12 cêntimos), contra os 7,5 meticais, agora em vigor.