Reacção do Governo
Em finais de Outubro passado, as autoridades de importação do Malawi baniram a entrada, naquele país, de refrigerantes moçambicanos de marca Frozy, alegando que estão fora dos padrões de qualidade exigidos. Ontem, os vice-ministros da Saúde, Mouzinho Saíde, e da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, deslocaram-se à fábrica de produção de Frozy, na Matola, para se inteirarem do processo de produção daquela bebida.
Mouzinho Saíde referiu, no local onde foram divulgados os resultados das análises feitas no Laboratório Nacional de Higiene de Águas e Alimentos (LNHAA), que “o ácido cítrico está dentro dos padrões regulares, portanto, dentro de 0.1 a 0.5 mg/100 ml, que é o que está preconizado”.
Para o Governo, a posição das autoridades malawianas justificam-se pelo facto de estarem a usar parâmetros de cálculos diferentes: “os standards que eles usaram provavelmente não foram os mesmos que nós usamos aqui no país. Eles usam parte por milhão e vai de três a cinco mil, o que significa miligramas por quilo (mg/kg)”, explicou Saíde.
A informação posta a circular pela imprensa internacional dava conta de que os resultados da avaliação de conformidade em refrigerantes Frozy no Malawi deram altos níveis de ácido cítrico, na faixa de 2.240-5.376 mg/kg a 3000mg/kg, que é o máximo determinado naquele país, e benzoatos de sódio no intervalo de 3248-4256 mg/kg, contra 1000mg/kg.
Entretanto, a administradora da fábrica de produção de Frozy, Rossana Sadula, disse que, depois do banimento daqueles refrigerantes, foram solicitadas análises em quatro laboratórios nacionais e internacionais, sendo que o mais determinante é o da Itália (Merieux NutriSciences), que usa os mesmos parâmetros que o Malawi. “Todos estes resultados trouxeram os mesmos padrões – provaram que os nossos produtos estão dentro do standard nacional e internacional”.
O assunto de uma entidade privada acabou se tornando um caso diplomático e, mais uma vez, as relações entre Moçambique e Malawi registam uma crise. “Se nós recebemos o que é dos outros, temos o mesmo direito de reclamar que recebam aquilo que nós produzimos. Neste assunto, temos duas partes: a parte comercial e a parte institucional. Estamos juntos aqui para procurarmos soluções que satisfaçam as duas partes”, referiu Ragendra de Sousa, vice-ministro da Indústria e Comércio.