Gabar Mabote
Pele enrugada. Visivelmente debilitado. Desconforto e solidão estão patentes na sua face que carrega hoje 59 anos de vida; face que sorriu um dia, quando o sucesso fazia parte do seu vocabulário. Hoje nem a sua guitarra serve de consolo. Esta é a triste situação de Gabar Mabote, que nem mesmo a sua voz consegue esconder. Mas, o mais importante é que ele prevê um 2016 melhor: gravação do seu primeiro álbum.
“O País” foi até a sua residência, para perceber as suas peripécias, que já não são segredo não só pelas ruas de Malhazine, mas um pouco por toda a parte. A nossa equipa teve que o esperar, pois os seus pés não lhe conferem flexibilidade. Desde às
5h00 fora de casa, até perto das 15h00, arrastava-se para regressar. Ele estava no hospital, onde tinha que cumprir com mais um processo hospitalar. A sua doença está na fase decadente, diga-se.
Afastado dos palcos há algum tempo, sustenta as suas visitas ao hospital com o dinheiro que guardou de um espectáculo que fez numa das casas de pasto no ano passado.
Abriu-nos o portão, não da sua cada, mas da casa da mãe e seguimos até uma sombra, e de lá “choveram” desabafos e lamúrias.
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